Diário de uma Ficwriter | A Gênese

 

Olá, querido leitor.

Hoje início uma nova etiqueta aqui no blog, para falar um pouco dos meus processos na criação de fanfics e retirar as teias de aranha da minha própria página. Esta TAG será, acima de tudo, um diário. Não pretendo elaborar uma programação de postagem porque - falando sinceramente - eu nunca a seguiria, então trarei registros esporadicamente, sempre que tiver algo novo para contar.

Pretendo falar especificamente sobre fanfics, sobre minhas motivações ao iniciar uma história, como me preparo e como elaboro o material de divulgação. Apesar de se tratar de registros pessoais, acredito que conhecer as fórmulas de trabalho de outros autores possa ajudar escritores iniciantes, caso eles tenham interesse em aprender algo diferente.

E para inaugurar essa TAG, vou fazer um prelúdio ao universo das fanfics na hipótese de ter algum leitor/escritor iniciante por aqui.

O que é fanfic?

Fanfic é a abreviação de Fanfiction, uma expressão inglesa que quer dizer "ficção de fã".

Trata-se de uma obra que se inspira em produções já existentes (livros, filmes, séries, animes, etc), a fim explorar e/ou enriquecer o universo já conhecido pelos fãs; ou em celebridades (cantores, bandas, atores, etc) para expressar admiração e amor pelo ídolo.

O âmbito das fanfics é imenso, um lugar onde qualquer pessoa pode escrever uma história e se expressar, independente de idade, crença ou formação escolar. No entanto, vale salientar que, por conter elementos protegidos por direitos autorais e/ou de imagem, tais histórias não podem ser comercializadas.

Glossário básico para iniciantes

O mundo das fanfics é tão vasto quanto o das histórias originais, contendo gêneros, categorias e fandoms para todos os gostos. Por isso, é importante que os "marinheiros de primeira viagem" estudem o glossário fanfiqueiro para saberem como escolher suas leituras.

Não vou dizer que as nomenclaturas são fáceis de se compreender, porque existem termos em português, inglês e japonês, além de siglas, e isso pode ser bastante confuso no início. Contudo, para auxiliar quem estiver entrando neste universo pela primeira vez, deixo aqui alguns significados básicos:

• FIC: significa "ficção", usado principalmente para se referir às histórias originais que não foram publicadas profissionalmente
• FANFICTION ou FANFIC: ficção criada por um fã, inspirada em obras de terceiros ou artistas
• FICWRITER: escritor de fanfic
• FANFIQUEIRO: leitor de fanfics
• FANART: desenho/arte visual criada por fãs para homenagear uma obra original
• FANDOM: inglês para "domínio de fã", usado para declarar que é fã de algo ou alguém
• PLOT: enredo da história, pode se referir ao roteiro como um todo ou aos diferentes arcos que o compõem
• PLOT TWIST: uma grande viravolta no enredo
• SHIP ou SHIPPING: é o desejo de que duas pessoas estabeleçam um relacionamento romântico
• SHIPPAR: torcer por um casal (eu shippo, nós shippamos, você está shippando)
• SHIPPER: é a pessoa que shippa determinado casal

Isso é pouco, se comparado ao glossário completo, mas acredito que seja um excelente ponto de partida para um leigo.

A minha gênese...

Eu estou no universo das fanfics desde que me entendo por gente. Sempre fui fissurada em animes e mangás shoujo, e foi neste meio que tive contato com elas pela primeira vez (não preciso dizer que foi amor à primeira vista, preciso?).

Ler sobre meus personagens favoritos me deixava em êxtase. Os casais mais improváveis poderiam ficar juntos e meus amados ships ganhavam diferentes versões de seus romances, graças às fanfictions. No entanto, apesar de ter me tornado uma fanfiqueira compulsiva bastante cedo, nunca me passou pela cabeça escrever minha própria história.

Tal ideia surgiu muitos anos depois, quando a Saga Crepúsculo estourou no Brasil e formou uma legião de fãs. Eu devorei todos os livros e filmes, a escrita de Meyer me fisgou por completo. E dentre todos os personagens criados por ela, uma chamou a minha atenção, alguém que a autora destruiu no decorrer da história de Bella Swan e não fez questão de reparar.

Leah Clearwater era apenas uma personagem secundária, apenas mais uma integrante da imensa matilha quileute, mas em seu breve momento de destaque ela conseguiu mexer com meu coração, foi como se ela implorasse para ser NOTADA pelos leitores já que todos na matilha a odiavam.

Meu primeiro impulso ao terminar de ler a saga foi correr para a internet, revoltada, procurando ansiosamente por uma fanfic que desse àquela personagem o final feliz que ela merecia. Infelizmente não encontrei nada na época que correspondesse às minhas expectativas para Leah e isso me frustrou MUITO. E foi remoendo essa frustração que criei coragem para escrever o "final feliz" que estava procurando, finalmente tornando-me uma ficwriter.

Em resumo, o que me tornou uma ficwriter foi a empatia, foi o desejo de que um personagem - mesmo fictício - fosse feliz e se libertasse dos sentimentos ruins que o dominavam. Essa foi a energia necessária para me mudar, para transformar a consumidora em produtora, a leitora em escritora. Atualmente eu já não leio tantas fanfics quanto antes, devido a rotina e a quantidade de livros que tenho encalhados na estante, mas ainda me divirto muito escrevendo-as.